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 | 21/10/2008 06h52min

"Já fui mais provocador", diz Falcão

Reeleito melhor jogador do mundo de futsal foi entrevistado por Zero Hora

Priscila Montandon  |  priscila.montandon@zerohora.com.br

No dia seguinte ao sexto título mundial do Brasil (em revanche contra a Espanha, no Rio), Falcão dividiu seu tempo entre exames no joelho e algumas explicações. Eleito melhor jogador do Mundial de Futsal, o ala assume que tinha a Espanha entalada na garganta e diz que foi provocado durante o jogo. Mas nega ter agredido o jogador Álvaro, como acusam os espanhóis e um jornalista brasileiro. Falcão falou ontem, por telefone, de São Paulo, onde soube que ficará parado por pelo menos dois meses devido à lesão do ligamento colateral do joelho esquerdo.

Zero Hora — Parece que, além da rivalidade entre Brasil e Espanha, havia uma rusga entre você e os espanhóis. Procede?

Falcão —  O problema maior foi com um jogador que eu jamais tinha enfrentado, o
Álvaro. Quando me machuquei, ele ia para o banco toda hora dizendo que eu estava com medo, que eu não queria jogar, que eu estava pipocando. E quando acabou o jogo, retribui toda a provocação.

ZH — O editor de Esportes do jornal O Globo Antonio Nascimento diz que você agrediu Álvaro.

Falcão — Cada um tem uma maneira de interpretar. Foi das duas partes, nós dois nos empurramos. De repente, pareceu um soco. Mas se tivesse havido um soco, pode ter certeza que seria uma briga generalizada. Ninguém ia tomar um soco e ficar quietinho.

ZH — A troco de que Álvaro te provocou?

Falcão – Eu acho que devido a um pouco de inveja. E por eu nunca ter jogado na Europa. Eles não vão atingir o Schumacher, o Lenísio que jogou lá, o Vinicius. É muito mais fácil brigar comigo do que com qualquer outro jogador com quem eles convivem lá na Espanha.

ZH —
Você acha que dentro de quadra você se transforma, fica mais provocador?

Falcão
– Já fui muito mais. Aprendi muito e hoje a provocação é com drible. É um recurso meu. Mas o pessoal só fala quando eu provoco, não quando sou provocado. Não é possível que ninguém me provoque, né? Prometi para mim mesmo que se a gente fosse campeão não iria pagar na mesma moeda dos dois últimos Mundiais. Eles ganharam e riram da nossa cara. Eu estava quieto no meu canto, quase chorando, triste por ter me machucado e um jogador que nunca vi vem me provocar... Aí, realmente, naquele momento, me bateu vontade de devolver na mesma moeda.

ZH — Na Liga Futsal, jogando pela Malwee/Jaraguá (SC), você também provoca. Depois, acaba encontrando seus rivais na seleção. Fica um clima ruim?

Falcão — Já foi muito pior. Conforme a idade vai chegando, a gente vai aprendendo. Nossa seleção tem média de 28 a 33 anos. Tive problema com o Rogério e o Ari na Liga Nacional do ano passado, e hoje o Ari é meu companheiro de time, e o Rogério dividiu o quarto comigo por 40 dias no Mundial.

ZH — Você comemorou sozinho o título, sem os jogadores, após o jogo. Por quê?

Falcão — Ali estava todo mundo bem separado. O pessoal procurando as famílias, fui onde estavam meus irmãos. Depois a gente se reuniu. Mas todo mundo geralmente fica olhando só o que eu estou fazendo.

ZERO HORA
Marcelo Sayao, EFE / 

Reeleito melhor jogador do mundo de Futsal, Falcão concedeu entrevista ao jornal Zero Hora
Foto:  Marcelo Sayao, EFE


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